Por Mark Felsenthal e Steve Holland
WASHINGTON, 9 Set (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, buscando aumentar o apoio a uma intervenção militar na Síria, disse nesta segunda-feira que a oferta da Rússia de trabalhar com Damasco para colocar o arsenal químico sírio sob controle internacional poderia ser um grande negócio se for algo sério.
"Isso poderia ser um avanço potencialmente significativo", disse Obama em entrevista à NBC News. "Mas temos que ser céticos porque isso não é assim que temos visto eles operarem nos últimos dois anos."
O presidente afirmou ter discutido a possibilidade de uma proposta para a Síria ceder o controle de seus estoques de armas químicas para a comunidade internacional com o presidente russo, Vladimir Putin, durante cúpula do G20 na semana passada em São Petersburgo.
Se a Síria o fizer, poderia "absolutamente" colocar qualquer ataque militar dos Estados Unidos em espera, disse Obama à ABC News.
Obama concedeu seis entrevistas nesta segunda-feira a emissoras de televisão para defender que o Congresso lhe dê autorização para tomar ações contra a Síria em resposta a um suposto ataque químico no dia 21 de agosto que matou mais de 1.400 pessoas.
Com a sociedade norte-americana manifestando forte contrariedade a uma intervenção militar, de acordo com pesquisas, a Casa Branca lidera um esforço para ganhar o apoio do Congresso, realizando várias reuniões com parlamentares e despachando autoridades para dar entrevistas e fazer discursos.
O presidente pretende falar à nação pela TV na noite de terça-feira e deve conversar com senadores de ambos os partidos no Congresso durante o dia.
Obama disse à CNN que qualquer esforço diplomático deve ser sério e não apenas uma tentativa de ganhar tempo.
"E nós não queremos apenas uma tática que trave ou adie a pressão que temos ... agora", disse ele. "Temos que manter essa pressão, é por isso que eu ainda vou falar à nação amanhã (terça-feira) sobre por que eu acho que isso é tão importante", acrescentou.
A proposta da Rússia poderia tornar mais fácil a tentativa de Obama de ganhar uma autorização no Congresso, disseram dois senadores influentes, John McCain e Lindsey Graham.
O líder da maioria no Senado, Harry Reid, voltou atrás abruptamente dos planos de agendar uma votação-teste na quarta-feira sobre uma resolução para autorizar ataques militares contra a Síria.
Assessores disseram que a situação estava caminhando, particularmente com a Rússia agora tentando ajudar a encontrar uma maneira de evitar uma ação militar dos EUA, mas que uma votação provavelmente aconteceria mais no fim da semana.
Obama advertiu que um avanço no controle de armas químicas da Síria não iria resolver a guerra civil do país, mas resolver as preocupações em relação às armas sem ter que recorrer à força seria bem-vindo.
"Se conseguirmos alcançar este objetivo limitado, sem tomar uma ação militar, essa seria a minha preferência", disse à CNN.
Obama afirmou que não decidiu se vai avançar com uma intervenção militar se o Congresso rejeitar a sua proposta.
"É justo dizer que eu ainda não decidi", disse à NBC.
Ainda assim, Obama enfrenta uma luta árdua para conseguir a aprovação dos parlamentares e reconheceu que tem dúvidas sobre a forma como a votação vai acontecer.
"Você sabe, eu não diria que estou confiante", disse ele em entrevista à NBC.
(Reportagem de Roberta Rampton, Mark Felsenthal e Steve Holland)
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