A Igreja Católica beatificou neste sábado (4) Nhá Chica, filha de escrava que viveu em Baependi, Minas Gerais, no século 19.
O cardeal italiano Angelo Amato, prefeito da Congregação das Causas dos Santos, esteve no Brasil para participar do evento representando o papa Francisco e destacou os valores que Nhá Chica, que teve uma vida simples dedicada à caridade.
“Nhá Chica viveu plenamente esses valores, deixando-os como herança para todos os brasileiros, mas também para toda a Igreja.”
Francisca de Paula de Jesus (1810 – 1895) nasceu em São João Del Rei, filha de mãe solteira, ela tinha apenas um irmão, Teotônio Pereira do Amaral, que ficou rico. Ao se tornar herdeira do irmão, Nhá Chica distribuiu toda a riqueza como esmola e ergueu uma pequena igreja na cidade.
A Igreja Católica concedeu em 1991 o título de “serva de Deus” e em 2011 Nhá Chica foi reconhecida como “venerável”. Após a beatificação, ela poderá ser canonizada, processo que já está em andamento.
Para poder ser reconhecido como “santo” a igreja precisa comprovar pelo menos dois milagres realizados, até o momento já foi comprovado que uma devota de Nhá Chica ficou curada de uma doença cardíaca.
O então papa Bento 16 reconheceu o milagre que aconteceu há 18 anos, quando a professora aposentada Ana Lúcia Meirelles Leite foi curada de uma doença cardíaca congênita sem a necessidade de cirurgia. Médicos do Vaticano estiveram no país para apurar e investigar o caso antes de comprová-lo.
No livro de registro de Nhá Chica há pelo menos 20 mil milagres atribuídos à primeira mulher negra beatificada no Brasil, segundo o bispo dom Diamantino de Carvalho.
Se Nhá Chica for reconhecida como santa, ela será a terceira santa brasileira canonizada. Frei Galvão, nascido em Guaratinguetá, interior de São Paulo, e santa Paulina, foram os dois primeiros. A cerimônia aconteceu na cidade de Baependi e teve a participação de um representante do Vaticano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário